No âmbito da revisão regular do PIB, o INE substituiu 2011 por 2016 como ano de referência, tendo usado nova informação. O PIB de 2016, 2017 e 2018 foram revistos de 1,9%, 2,8% e 2,1% para, respectivamente, 2,0%, 3,5% e 2,4%. O PIB de 2018 ficou assim 1,1% maior quer em termos reais quer em termos nominais. O sentido da evolução que se verificava mantém-se: aceleração em 2017 e desaceleração em 2018.
Concentrando a atenção no ano final de revisão, verificamos que destes 1,1%, o principal contributo veio do investimento e do consumo privado, tendo o consumo público e as exportações líquidas tido revisões marginalmente negativas.
Em relação ao consumo privado, uma das razões terá sido a alteração no registo de compras na internet (que também afectou as importações), para além da reclassificação de algumas despesas registadas no consumo público. Em relação ao investimento, houve revisão em alta da construção (mais 1109 milhões de euros), propriedade intelectual (291 milhões), equipamento de transporte (215 milhões) e revisão em baixa de outras máquinas e equipamentos (-231 milhões).
Uma das primeiras implicações desta revisão em alta do PIB é sobre a produtividade, que aumentou, sendo interessante que isso decorra de uma revisão em alta do investimento. No entanto, os novos valores do crescimento da produtividade estão longe de ser satisfatórios. Entre 2016 e 2018, a produtividade cresceu 0,3%, -0,5% e -0,2%, revistos para, respectivamente, 0,4%, 0,2% e 0,1%, valores baixíssimos, o que significa que pouco mudou e que os novos valores continuam muito insatisfatórios.
Forum para a Competitividade, 27 de Setembro de 2019