Decorreu esta quarta-feira, 27 de outubro, o Seminário “Orçamento de Estado 2022” no auditório da AESE Business School. A iniciativa organizada pelo Forum para Competitividade abordou as principais questões suscitadas pelo orçamento do estado, nomeadamente o facto de o documento ter chumbado no parlamento na mesma tarde.
A abertura do debate arrancou com o discurso de Pedro Ferraz da Costa, Presidente do Forum para a Competitividade, que agradeceu à AESE Business School por acolher mais uma discussão sobre o orçamento.
O Presidente do Forum para a Competitividade demonstrou perante todos os intervenientes da plateia que “o chumbo do orçamento e a realização de eleições antecipadas é um motivo de esperança”, considerando-o como “a pior proposta dos últimos 20 anos”.
Pedro Ferraz da Costa referiu ainda que “o Governo perdeu completamente a noção da realidade” quando se aliou ao PCP e ao BE com medidas que afetam a competitividade das empresas, apoiando-se no exemplo bem-sucedido da Grécia no PRR.
Seguiu-se Paulo Portas, Keynote Speaker, que subiu ao palco para debater sobre as tendências geopolíticas e geoeconómicas num mundo pós-covid. Na opinião de Paulo Portas a generalidade das economias europeias só recuperará depois de 2022, uma vez que “não é possível falar de uma pandemia simétrica, quando há diferenças de três anos na recuperação”, afirmou.
Para suportar a sua ideia, o jurista salientou a “exagerada dependência” das economias ocidentais e mercados asiáticos quando, na sua opinião, “as coisas apertam”.
Após a apresentação e discurso de Paulo Portas, teve lugar uma mesa-redonda que juntou-se António Costa, partner do Kaizen Institute Western Europe, António Nogueira Leite, vice-presidente do Forum para a Competitividade, Carlos Lobo, Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais de XVII Governo Constitucional, José Miguel Júdice, Professor Universitário, e Paulo Núncio, Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais de XIX Governo Constitucional, para debater o tema das finanças públicas e da sua recuperação económica com a moderação de Luís Pais Antunes, vogal do conselho diretivo do Fórum para a Competitividade.
António Nogueira Leite, vice-presidente do Forum para a Competitividade, teceu críticas ao sistema da segurança social de transferência, na medida em que os portugueses “dependem da relação entre os que estão a trabalhar e os que estão aposentados”, criticando o sistema de saúde em Portugal “sem solução” que tem vindo a degradar-se ao longo dos anos.
Sobre o aumento da divida pública, Paulo Núncio, Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais de XIX Governo Constitucional, acredita que a primeira prioridade deve ser retomar o acordo do IRC estabelecido em 2014, “se esse acordo tivesse seguido em Portugal, não tínhamos conseguido alcançar França, que era o país com a taxa mais elevada”, disse.
António Costa, partner do Kaizen Institute Western Europe, realça “o défice de pensamento estratégico e de execução”, enquanto José Miguel Júdice, professor universitário, propõe a criação de uma “base social de apoio” para que se consigam “resolver os problemas do país”
Já Carlos Lobo, Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais de XVII Governo Constitucional, acredita que o chumbo do documento é “um espetáculo de politiquice aguda, principalmente do lado da esquerda”, refere.
O debate terminou com o discurso de José Ramalho Fontes, presidente da AESE Business School, ao mesmo tempo que foi confirmado o chumbo do orçamento de estado no parlamento.
Discursos e Apresentações
Discurso de Abertura de Pedro Ferraz da Costa, Presidente do Forum para a Competitividade
Discurso de encerramento de José Ramalho Fontes, Presidente da AESE
Apresentação de Paulo Portas, Keynote Speaker
Imagens